sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Boca Maldita

Eu e minha boca maldita. Há uma semana atrás postei aqui a seguinte frase: “Eu até que gosto quando um deles morre; um dos grandes... existe esse lado positivo, o das retrospectivas.”.


E não é que nessa semana morreram de uma vez só o diretor Arthur Penn e o ator Tony Curtis!

Não era pra tanto! Nem colocaram alguma coisa do Chabrol em cartaz e vem uma dobradinha desse naipe.

Peço desculpas desde já a todos os cinéfilos que devem sentir o vazio da perda de dois gigantes como os dois.

E bom, “agora Inês é morta”, ou melhor eles são mortos; mas de toda forma continuamos na espera por homenagens a Chabrol e agora, por algumas a Penn e a Curtis.

Provavelmente, de Arthur Penn, teremos o clássico estrelado pela bela Faye Dunaway e Warren Beatty :“Bonnie e Clyde” – Uma Rajada de Balas (1967), filme que revoluciona Hollywood com a direção forte de Penn que, sem pudor algum, mostrou aos comportados de então violentas trocas de tiro em um enredo que girava em torno de uma dupla de assaltantes.

Quanto a Tony Curtis, pode-se esperar “Spartacus” (1960) e, é lógico, aquela que por muitos é considerada a melhor comédia de todos os tempos: “Quanto Mais Quente Melhor” (1959) – eu ainda a coloco no páreo com “Um Convidado Bem Trabalhão” (1968) interpretado pelo mestre dos mestres, o maior comediante que já passou por estas bandas: Peter Sellers .

Algo interessante que chama a atenção em “Um Convidado Bem Trapalhão” é que, apesar de Blake Edwards ter sido um grande diretor, é a atuação impecável, com um "timing" impressionante em ir até o limite possível do engraçado em situações hiperbólicas, de Sellers que faz do filme uma das maiores comédias da história do cinema.

Já “Quanto Mais Quente Melhor” possui um gênio por trás das câmeras que dirige o trio principal de estrelas; Jack Lemmon, Tony Curtis e ela, a eterna musa de Hollywood, Marilyn Monroe. Billy Wilder, o diretor, não depende inteiramente dos atores para garantir a qualidade do filme (caso de “Um Convidado Bem Trapalhão”). O filme de Wilder é produto de um roteiro sensacional associado a sua “mise-en-scène” eficaz que rege as atuações memoráveis de cada um dos três atores.

Curtis está no auge de sua beleza, assim como Marilyn, e por mais que não seja tão ator quanto o companheiro de filme Jack Lemmon, a sua atuação em “Some Like it Hot” merece destaque.

Apesar dos filmes que eu citei não serem nenhuma raridade e portanto possíveis de serem comprados em DVD em qualquer lugar, cinéfilo que se preze não despreza a telona, o desconforto da grande maioria das poltronas e o simples fato de ver Cinema no Cinema.

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