segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"Tarantinada"

Qualquer fã (o meu caso!) de Tarantino, ou até mesmo um mero admirador, tem consciência de que ele é uma das pessoas menos lúcidas do meio cinematográfico. Não é difícil dizer.


Não digo pela fertilidade criativa ou suas loucuras nos filmes, isso não implica em falta de lucidez, mas sim pelo seu comportamento em entrevistas e festivais.

Logo, não entendo o porquê da perplexidade da crítica com a atribuição do Leão de Ouro à Sofia Coppola (ex-namorada de Quentin Tarantino) por “Somewhere”.

Aliás, Sofia Coppola não é um fenômeno, mas seu “Encontros e Desencontros” é bem aceito por público e crítica e “Maria Antonieta” é um filme muito interessante. A releitura moderna da história com músicas da cena recente do rock pop e com direito à aparição de um all-star rosa em meio aos sapatinhos glamourosos da monarca Maria Antonieta me pareceu um refresco sensato no gênero dos filmes históricos que muitas vezes caem em um retratismo bobo, sem reflexões.

Basta aos cinéfilos esperar os filmes que disputaram Veneza com a filha do mestre Coppola para sabermos se a escolha por “Somewhere” realmente foi “errada”. Com certeza virão coisas muito boas. Pesquisem “Post Mortem”, “Balada Triste de Trompeta”, “Essential Killing” de Skolimowski (ele está no Rio!) e mais outros que participaram de Veneza 2010.Todos me fazem salivar.

Um adendo: para completar o júri considerado desastroso pela crítica, Tarantino deu ao diretor Monte Hellman o prêmio por conjunto da obra. Coincidência... Hellman foi produtor executivo de “Cães de Aluguel”.

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