sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Chabrol, Weerasethakul e Kurosawa

Claude Chabrol, mestre do cinema francês e integrante do movimento da Nouvelle Vague dos diretores Jean-Luc Godard, François Truffaut, Jacques Rivette e Eric Rohmer, os chamados ‘jovens turcos’, morreu no domingo, dia 12 de Setembro.

O Cinema perde um de seus grandes representantes e apesar dos 80 anos creio eu que Chabrol ainda estivesse em pé para se deliciar fazendo películas além de apreciar bons pratos da culinária francesa.

Porém, sempre que uma grande figura como Claude Chabrol morre, os cinemas, cineclubes e afins de São Paulo fazem o mínimo que deveriam e dedicam alguma homenagem ao falecido.

E é isso que me traz até aqui. Eu até que gosto quando um deles morre; um dos grandes... existe esse lado positivo, o das retrospectivas.

Bergman e Antonioni se foram no mesmo ano e nos brindaram com salas apresentando diversas atrações que não se veria tão facilmente em cartaz.

Eric Rohmer compõe com Claude Chabrol a dobradinha de mestres do cinema finados em 2010. Deixou-nos um pouco antes que Chabrol.

Na época, o HSBC passou os quatro ‘contos das estações’ do mestre do cinema falado, afeito ao diálogo como expressão cinematográfica máxima.

Deixando o lado fúnebre em segundo plano quero dizer que anseio por homenagens a Claude Chabrol.



Enquanto Chabrol não vem temos Weerasethakul e Kurosawa (o Kyioshi e não o Akira).

Estou me referindo ao festival Indie de cinema independente que exibe filmes de ambos e acontece até o dia 30 deste mês de Setembro no Cinesesc (Rua Augusta, 2.075, Cerqueira César, tel.:3087-0500).

Para mais informações: www.indiefestival.com.br.

A grande dica é conferir justamente as obras dos dois cineastas que já citei. O primeiro, Apichatpong Weerasethakul, é o tailandês atual ganhador da Palma de Ouro com seu filme “Uncle Bonmee Who Can Call His Past Lives” (2010). Ele vem para o Brasil em breve e agora com sua obra tendo sido premiada virará figurinha fácil em tudo que é matéria de Cinema.

Não conheço a obra de Weerasethakul, mas ele possui muita força com seu longa “Mal dos Trópicos” (2004). O filme ganhou o prêmio do Júri em Cannes, o prêmio da crítica na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e a “Cahiers du Cinéma” o considerou terceiro melhor da década 00, ficou atrás de “Elefante” de Gus Van Sant e de “Cidade de Sonhos” de David Lynch.

O outro diretor é o japonês Kiyoshi Kurosawa, um desconhecido nosso, sua obra é inédita aqui no Brasil. Ele é uma espécie de Kubrick do cinema asiático: faz filmes de gênero diversos, do fantástico até o pornográfico. Alguns o comparam com Tarkovsky. Ele se diz mais influenciado por Ozu e Hitckcock, além de seu guru Shigehiko Hasumi. Veremos...

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